terça-feira, 9 de dezembro de 2008





Não é todo mundo

Sempre fiz mais amigos que namorados, minha lista de amores em relação à de amigos é extremamente pequena. Para alguns é problema, mas para mim esse “problema” é o meu mais valioso tesouro.

Eu me sinto honrada pelas amizades que tenho, quando penso nas pessoas que me cativaram, pelas quais tenho uma admiração enorme e um grande respeito, meu peito enche de alegria e orgulho. Pode até parecer bobagem, mas eu me orgulho dos amigos que tenho, orgulho-me porque sei que uma vida sem amigos deve ser frouxa e sem graça. E sou convicta de que minha vida sem eles não teria tantas cores.

Não sei o que seria de mim sem minhas amigas de infância que me acompanham até a maturidade de agora – acho que posso dizer isso, quase um quarto de século já! São milhões de história e descobertas juntas, também há as histórias individuais, aquelas que não vivemos juntas, mas que compartilhamos e sentimos juntas.

Partilhamos as brincadeiras de criança, o recreio da escola, as festinhas de garagem, os amores de adolescência. O primeiro gostar, o primeiro beijar. As frustrações, as vitórias...Depois do colégio? Cada qual seguiu sua estrada, mas sem perder a tal da telepatia. Umas foram para longe e outras ficaram: estudos, trabalhos, namorados e viagens. E hoje, não mais separadas pela distância, saímos, festamos e nos aproveitamos ao mesmo tempo em que desfrutamos da vida (Carpe Diem!).

Também não sei o que seria de mim sem meus amigos de faculdade. Uma vez me disseram que na faculdade você faz apenas três amigos de verdade, eu tive sorte e superei a casa do três (ou fizeram a conta errada?!!).

Meus dias não seriam os mesmos sem minhas noites de trancas regadas à pipoca, vinhos e lenga-lenga; não seriam mais os mesmos sem meus surtos e confusões confusas por causa de confissões ainda mais confusas; não seriam mais os mesmos sem o forró, sem os almoços de domingos e as reuniões inesperadas – e marcadas também.

Meus dias teriam menos brilho se eu não tivesse com quem falar, chorar e beber. E seriam mais tristes se eu não tivesse quem me consolasse, quem me abraçasse – e era cada abraço gostoso, e até quem me trocasse depois daquele porre. E no outro dia? Nada melhor do que ver todo mundo te zoando, rindo junto com você (era muito bom).

Não posso esquecer das pernadas pelo centro, das orgias gastronômicas, dos fins de semana depressivos com filmes depressivos – claro! Também tem os papos cabeças, os dias a toa mais gostosos que eu vivi, a melhor companhia que eu podia ter encontrado para dividir o teto, a vizinhança perfeita (ainda com todas as suas imperfeições) e o “maldito” Tcc.

É por isso que tenho orgulho, sinto-me privilegiada pelas amizades que tenho. Algumas mais intensas do que outras, mas nenhuma menos importante que a outra. Sinto-me grata pelos dias coloridos que me foram proporcionados pelas pessoas que considero as melhores companhias que alguém poderia ter.

Sim, eu tenho os melhores amigos! Pois, não é todo mundo que faz sucesso em um fusca e que tem o prazer de ouvir as melhores piadas do mundo acompanhadas de muitas e muitas risadas. Também não é todo mundo que acampa (dentro de casa) em Piquirivaí.

Não é todo mundo que aprende matemática com seu melhor amigo e depois o vê defendendo o “famoso” projeto de Engenharia Elétrica. Não é todo que come no Recanto, toma café e não lembra que líquido preto era aquele, e dorme em “abrigos”. Não é todo mundo que gosta de Atibaia mesmo sem nunca ter passado por lá, e que aperta campainha de madrugada e leva altos sustos dentro de um Chevet. Não é todo mundo que tem um futuro casamento para ir em Apucarana, não é todo mundo que tem em um único pacote: uma Polak e um polaco. E nem é todo mundo que sofre tratamento de choque e ganha, gratuitamente, magníficas aulas sobre a arte da paquera. Definitivamente não é todo mundo que encontra seu Mississipi, que sente saudade da Bahia e que conhece Tupassi.

É...não é todo mundo que tem o melhores.

“Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos .

Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"

Vinicius de Moraes



By Lari Menezes

2 comentários:

PAblo disse...

:|

cade seus escritos?
ouçam caras de pedra,
quero ler coisas novas sim??

vou entrar a proxima semana pra ver as novidades!!

beijaos

Forasteiro disse...

Não é todo mundo também que tem a oportunidade de conhecer alguém como você. E mesmo o diploma não valendo mais nada profissionalmente, tudo valeu a pena apenas por ter amigas como você, Lari.

Amei o texto..